quinta-feira, 19 de junho de 2014

Transformação de óleo em sabão estimula a consciência ambiental

O sabão de óleo pode ser usado para lavar roupas e pratos e ser comercializado pelo valor de R$ 1,00 (um real), cada barra
Debater sobre a preservação ambiental nunca é demais. Geralmente as discussões giram em torno de grandes ações, como desmatamentos, queimadas e poluição das águas dos rios e oceanos, mas as pessoas esquecem que atitudes cotidianas são importantes para manter o equilíbrio dos sistemas naturais. Uma dessas atividades que pode ser realizada em casa, e já ocorre em vários locais do Brasil, é a transformação do óleo de cozinha em sabão.

Até parece estranho, mas a ação tem caráter educativo, uma vez que colabora para o aproveitamento de um resíduo que seria descartado diretamente no meio ambiente; e econômico, já que, com a produção, as famílias poderão excluir um item importante da lista de supermercados e ainda pode gerar renda, através da comercialização. Em Manaus, a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) desenvolve um projeto com as comunidades carentes há mais de cinco anos.

O projeto é desenvolvido em parceria com um shopping Center local. Os agentes da Funtec recolhem o óleo produzido pelos restaurantes, uma média de 500 litros por semana, e utilizam na produção do sabão. Em seguida, o produto é exposto para comercialização no próprio empreendimento. A ação gera renda às famílias carentes que participam da produção. De acordo com o Centro Universitário Luterano de Manaus (CEULM/Ulbra- TAM) com 600 ml de óleo é possível produzir um quilo de sabão e cada barra pode ser vendida por R$ 1,00.

Segundo o ambientalista Eduardo Pachalpki esta é uma atitude importante para evitar danos irreparáveis ao meio ambiente, causados pelo descarte irregular do óleo utilizado no preparo das refeições. “Falamos muito sobre preservação ambiental, mas esquecemos que está ligada a consciência ambiental de cada individuo e às atitudes que tomamos diariamente”.

 Conforme explica Pachalpki, o óleo quando é descartado de forma irregular vai parar nos rios, e como não se mistura com a água, gera uma malha que tira o valor do recurso natural. “O tratamento da água custa caro, e em alguns casos nem tem tratamento, isso é um perigo, pois os peixes são contaminados e alguns deles conseguem sobreviver por muito tempo mesmo que infectados, mas nós seres humanos ao consumirmos o peixe infectado corremos o risco de contrair doenças”, informa o ambientalista.

Por aqui 
A primeira secretária da diretoria da associação de Moradores
do Jardim Primavera, a professora Celydalva Oliveira
Góis, vai ministrar um curso para os moradores ensinando
como produzir sabão utilizando óleo doméstico

A associação de moradores do Bairro Jardim Primavera possui um projeto para ensinar a comunidade a produzir sabão a partir de óleo usado. Segundo a responsável pela iniciativa, a primeira secretária da diretoria da associação, a professora Celydalva Oliveira Góis, o objetivo do projeto é ensinar a comunidade a produzir sabão utilizando óleo que os próprios moradores iriam descartar. “De início vamos treinar as pessoas e, se tudo der certo, colocaremos para a comercialização e a renda irá para a associação do bairro”, conta.

A secretária informa ainda que o projeto conta com o apoio do engenheiro ambiental Alfredo Melo, que ensinará como ocorre a produção do sabão a partir do reaproveitamento do óleo doméstico. “O intuito é conscientizar a população sobre danos ao meio ambiente que podemos evitar e mostrar a importância de preservar, fazendo com que eles coloquem a mão na massa. Vamos reutilizar o óleo ao invés de deixa-lo ir para os rios e poluir o meio ambiente” conclui Celydalva.

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