quarta-feira, 18 de junho de 2014

Morador do Jardim Primavera promove inclusão social através da capoeira



Com camiseta simples, bermuda jeans e chinelo 'de dedo', José Cláudio Alves, presta serviços culturais há dois anos nos bairros Jardim Primavera, Jaçanã e Nova Jaçanã. Através do grupo Capoeira Luta Angola Regional Arte, Terapia e Esporte (Clara-te), Cláudio ensina crianças e adolescentes a arte e ginga de uma das expressões culturais mais fortes do Brasil, com o objetivo de promover inclusão social e estimular a solidariedade entre os alunos, colaborando para que tenham um futuro mais positivo, livre do universo das drogas e da marginalização.

Cláudio iniciou sua paixão pela capoeira de uma forma bastante inusitada, quando presenciou seu tio, Valci Santos, se defendendo de alguns homens e pacificando um embate. Desde então, o 'garoto tímido' tomou gosto pela arte que contribuiu para que atualmente, após 20 anos de treino, desenvolvesse uma personalidade forte e aguerrida voltada para a melhoria social.

Quando começou a treinar, Claúdio era bastante flexível, característica que possibilitou a ele desenvolver com maior facilidade as especificidades da capoeira, chegando a ser comparado com o boxeador Luciano Todo Duro, lhe rendendo a denominação Cláudio Todo Duro.

De família humilde, o capoeirista sempre teve o sonho de ajudar o próximo. Então, em 5 de Abril de 2012, junto com amigos, trouxe para Itabuna uma representação do grupo Clara-te, com a intenção de socializar e educar crianças e adolescentes, a partir de oito anos de idade. O garotão de 38 anos, coleciona sonhos e o que mais almeja é a construção de uma academia esportiva, para comportar mais atletas, inclusive pessoas da melhor idade que precisam de descontração e manter a saúde física.

Todo Duro sempre defendeu a tese do trabalho em grupo. “A Capoeira é um poderoso instrumento de inclusão social. Seu caráter multifacetário permite que ela estimule, oriente e eduque a formação de cidadãos e cidadãs”, declarou. O trabalho coletivo é pregado como regra. A doutoranda e professora de Sociologia Franciane Silva, defende o posicionamento usado pelo capoeirista. “O coletivismo social é a base de uma boa educação, um projeto em grupo deve haver bom relacionamento e compreensão pois isso gera bons frutos''.

O capoeirista também trabalha como moto-taxista, atividade que gera sua renda mensalmente. Como professor não tem retorno financeiro e o que recebe pelas aulas é aplicado no projeto. Otimista, Cláudio Todo Duro mantém a meta de alavancar seu trabalho social e tirar crianças e adolescentes do mundo do crime, com isso, criando alianças com grandes organizações sociais, assim como sua parceria com a Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC).

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